O ano de 2024 marcou um recorde positivo para o mercado de trabalho brasileiro. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de desemprego no país fechou o ano em 6,6%, o menor índice já registrado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012. O resultado reflete uma recuperação consistente do emprego após os impactos da pandemia de Covid-19 e consolida o Brasil em um patamar próximo ao do período pré-crise.
Desemprego em Queda: Um Cenário de Otimismo
A taxa de desemprego de 6,6% em 2024 representa uma redução significativa em relação aos anos anteriores. Em 2023, o índice havia fechado em 7,8%, e, em 2022, em 9,3%. A queda contínua no desemprego é resultado de uma combinação de fatores, como a retomada do crescimento econômico, políticas públicas de incentivo ao emprego e o aquecimento de setores como serviços, comércio e indústria.
De acordo com o IBGE, o número de desempregados no país caiu para 7,2 milhões de pessoas em 2024, o menor volume desde o início da série histórica. Paralelamente, a população ocupada atingiu 101,8 milhões de trabalhadores, um aumento de 2,5 milhões em relação a 2023. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela geração de vagas formais e pela expansão do trabalho por conta própria.
Setores que Puxaram a Geração de Empregos
O setor de serviços foi o grande destaque na criação de empregos em 2024, respondendo por mais de 50% das vagas geradas. Segmentos como turismo, alimentação e tecnologia tiveram desempenho especialmente positivo, impulsionados pela retomada das atividades presenciais e pelo aumento do consumo.
A indústria também contribuiu para a redução do desemprego, com a criação de 400 mil postos de trabalho no ano. A recuperação da cadeia produtiva e os investimentos em infraestrutura foram fatores determinantes para esse resultado.
Já o comércio, embora tenha apresentado um crescimento mais modesto, continuou a absorver mão de obra, especialmente em regiões metropolitanas e cidades de médio porte.
Desafios Persistentes
Apesar do cenário positivo, especialistas alertam para desafios que ainda precisam ser enfrentados. A informalidade continua elevada, com 38,5 milhões de trabalhadores atuando sem carteira assinada ou como autônomos sem proteção social. Além disso, a qualificação da mão de obra e a redução das desigualdades regionais seguem como pontos críticos para garantir a sustentabilidade do mercado de trabalho.
Outro fator de preocupação é a qualidade dos empregos gerados. Embora o número de vagas formais tenha aumentado, muitos trabalhadores ainda enfrentam condições precárias, como baixos salários e jornadas excessivas.
Perspectivas para 2025
Para 2025, as expectativas são cautelosamente otimistas. Analistas projetam que a taxa de desemprego pode cair ainda mais, aproximando-se de 6%, caso o país mantenha o ritmo de crescimento econômico e avance em reformas estruturais, como a simplificação tributária e a modernização das leis trabalhistas.
No entanto, fatores externos, como a volatilidade da economia global e os impactos das mudanças climáticas, podem influenciar o desempenho do mercado de trabalho. Por isso, especialistas recomendam a adoção de políticas públicas que fortaleçam a resiliência da economia e promovam a inclusão produtiva.
Um Marco Histórico
A taxa de desemprego de 6,6% em 2024 representa um marco histórico para o Brasil, refletindo a capacidade de recuperação do país após um período de grandes desafios. No entanto, o caminho para um mercado de trabalho mais justo e inclusivo ainda é longo. Com investimentos em educação, qualificação profissional e geração de empregos de qualidade, o Brasil pode consolidar essa trajetória positiva e garantir um futuro mais promissor para milhões de trabalhadores.